MUNDO AGRO

Produtoras inspiram a liderança feminina no campo

Conheça o perfil das nove vencedoras da terceira edição do Prêmio Mulheres do Agro.

O Prêmio Mulheres do Agro homenageou nove produtoras rurais por terem se destacado com gestões inovadoras e sustentáveis. As vencedoras da premiação, nas categorias grande, média e pequena propriedade, foram anunciadas em 27 de outubro, durante o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio.

Uma mulher de camisa xadrez ajoelha-se em um campo de plantas verdes, examinando a folhagem.

O prêmio, que é realizado pela Bayer e Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) desde 2018, já ouviu histórias de mais de 500 mulheres e, na terceira edição, em 2020, contou com mais de 200 inscritas. “É uma honra conhecer as histórias dessas mulheres. Segundo o IBGE, hoje já temos 1,7 milhão de mulheres líderes na produção agropecuária. As mulheres estão dando um show de criatividade, sustentabilidade, inovação, trabalho e esforço no campo”, afirmou Malu Nachreiner, líder da Divisão Crop Science da Bayer no Brasil. Confira os destaques durante a premiação.

 

Grande propriedade

O 1º lugar na categoria grande propriedade foi para Luciana Abeid Ribeiro Dalmagro. Ela concluiu graduação e mestrado em Farmácia, e após experiência na área, decidiu voltar para o campo. “Sou a quinta geração de produtores na nossa propriedade e não estou aqui por inércia. Eu escolhi ser produtora rural”, disse. Ela contou como se apaixonou por avicultura e preza por ideias sustentáveis. A fazenda conta com painéis fotovoltaicos, reaproveita 3 milhões de litros de água captados das chuvas e faz biocompostagem de resíduos do aviário para adubar as lavouras. “Hoje me sinto muito realizada e fico mais feliz por receber esse prêmio levantando essa bandeira tão importante, que é a sustentabilidade.”

 

Simone Cassia Felisbino Paranaiba, que conquistou o 2º lugar, contou sobre os avanços no negócio, ressaltando a importância da gestão de pessoas. “O futuro do agronegócio está na doação em viver experiências de conexão real com o propósito de sua marca, e principalmente com as necessidades e demanda de clientes”, disse. “Juntas estamos caminhando na construção de um ambiente saudável para todos, empoderar as mulheres é o caminho para promover o crescimento.”

 

Em 3º lugar, ficou Flavia Minotto Montans, que contou como a gestão na fazenda valoriza práticas como o plantio direto, a adoção de biológicos e o uso responsável de defensivos, além de programa de metas e treinamentos para funcionários. “A mulher tem um olhar diferente, é uma líder que se preocupa com a relação social e ambiental. Estou muito contente de estar aqui. Obrigada, Abag e Bayer. É uma responsabilidade muito grande levar essa paixão pelo agro”, afirmou.

 

Média propriedade

Em 1º lugar na premiação, a produtora Clarisse Liana Weber Volski, contou sobre as dificuldades para investir na produção de grãos e pecuária leiteira. “Fazemos lavoura e pecuária de forma integrada, sempre pensando na produtividade e cuidados que devemos ter com o meio ambiente”, afirmou. “Para nós, é importante essa valorização das mulheres do campo. Eu me sinto muito honrada por ganhar esse prêmio.”

 

O 2º lugar foi para Michelle Rabelo de Morais, que se dedica à pecuária de corte. “Queremos trabalhar os três pilares, que são pessoas, processos e sustentabilidade, pensando no longo prazo”, afirmou. Ela comentou sobre a criação de controles de gestão financeiros e operacionais na fazenda, planos de crescimento da fazenda e agradeceu a premiação. “A realidade da mulher no campo é um grande desafio, mas estamos conseguindo romper várias barreiras e trazer esse protagonismo feminino. Esse olhar é muito importante.”

 

Kamila Laida Guimaraes Aguiar, 3º lugar, contou sobre o negócio da família, que desenvolve a suinocultura, silvicultura, bovinocultura de corte e produção de maravalha de eucalipto, com destaque para práticas sustentáveis, como o reaproveitamento de dejetos suínos para irrigar pastagens. “Na propriedade, o nosso foco é a diversificação das atividades, para produzir de uma forma mais sustentável e otimizar a área”, disse ela. “Esse prêmio é muito importante para todas as mulheres. É um reconhecimento muito grande. Quero participar mais daqui para a frente.”

 

Pequena propriedade

Quem conquistou o 1º lugar foi a produtora Mara Motter, que contou como assumiu a liderança da fazenda e como conduz os negócios, desde o falecimento do pai, vítima de um tumor cerebral. “Fui lidando com os negócios com muita fé em Deus, seriedade e pé no chão. Participo muito de dias técnicos e palestras”, disse. A produtora cultiva milho, soja, trigo, aveia, centeio, nabo e cevada. “Esse prêmio eu dedico a toda a minha equipe. E uma mensagem que eu deixo para todas as mulheres é: acreditem nos seus sonhos.”

 

Simoni Tessaro Niehues, que ficou com o 2º lugar, também contou sobre a trajetória após o falecimento do pai, em 1993. “Assumimos uma propriedade totalmente desestruturada, minha mãe se tornou viúva aos 34 anos, eu estava com 12 anos e minha irmã estava com 7 anos de idade”, relatou. Ela destacou a diversificação na propriedade com a avicultura, atividade que hoje conta com dois aviários de postura com 22 mil aves alojadas, e projetos sustentáveis, como o investimento em energia fotovoltaica na fazenda. “Contem as suas histórias, porque eu tenho a certeza de que juntas faremos a diferença para o agro brasileiro”, afirmou.

 

Tatiele Dalfior Ferreira, que ganhou o 3º lugar, contou que desde a infância ajudava o pai nas atividades da fazenda e como essa aproximação se consolidou. Ela trabalha com a administração, contabilidade e gestão de pessoas na fazenda, além de projetos de manejo. “Desenvolvi um trabalho de mapeamento das áreas produtivas para acompanhar a performance e conseguir melhorar as práticas”, afirmou. “Gratidão a tantas mulheres que inspiram. Esse prêmio coloca holofotes em tantas histórias de mulheres que desempenham um trabalho fundamental para o agro brasileiro.”

 

Tags: mulheres do agro, gestão, sustentabilidade, prêmio, Bayer.

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