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A dieta das gestantes deve durar 1.100 dias

Os cuidados com a alimentação materna devem iniciar três meses antes da concepção e seguir até os dois anos de vida do bebê para que o filho cresça saudável

O maior desejo dos pais é que os filhos cresçam saudáveis e essa preocupação geralmente fica bem evidente durante os nove meses de gestação. No entanto, se alguém dissesse que a dieta materna exige cuidados por 1.100 dias, qual seria a reação? Pode soar estranho ou até parecer exagero, mas a verdade é que o corpo materno precisa se preparar para a gravidez até mesmo três meses antes da concepção.

Uma mulher grávida usando um sutiã esportivo azul segura uma tigela de salada e um garfo, sorrindo enquanto olha para a comida.


A saúde do bebê está intrinsicamente relacionada com a dieta da mãe, que tem influência no desenvolvimento do filho até os dois anos de idade, alimentando-o por meio do leite materno. Portanto, do ponto de vista nutricional, a matemática dos 1.100 dias está correta, englobando o período de preconcepção, gestação e os dois primeiros anos de vida da criança. Todo esse período é necessário para garantir que o bebê cresça forte e se torne um adulto saudável.

 

A dieta ideal

A dieta adequada durante a preconcepção é importante para atingir a quantidade ideal de nutrientes que impactam no desenvolvimento do feto como, por exemplo, o ácido fólico. “É o nutriente principal envolvido no fechamento do tubo neural e essa formação acontece no primeiro trimestre”, revela Carolina Pimentel, que é nutricionista e uma das autoras do livro Além da Nutrição, disponível na internet com acesso gratuito. Segundo ela, se a mulher só se preocupar com o ácido fólico quando já estiver grávida, possivelmente não atingirá a dose adequada desse nutriente no primeiro trimestre de gestação.

 

A futura mamãe precisa investir em uma alimentação diversificada, consumindo diariamente cinco pequenas porções de frutas, legumes e verduras, além de incluir na dieta os grãos integrais, feijões e sementes. É recomendável que as gestantes comam folhas verdes escuras, como espinafre, couve, almeirão e acelga, que possuem ácido fólico. “Os nutrientes são como combustíveis: quando a mulher engravida, precisa ter todas as reservas, sem nenhuma carência ou excesso”, afirma a nutricionista.

 

Outra preocupação é com o ferro, cuja deficiência causa anemia. As gestantes registram um aumento no volume sanguíneo durante a gravidez para formar a placenta e os tecidos do bebê. A ingestão de ferro deve acompanhar a demanda, já que esse nutriente é fundamental na formação dos glóbulos vermelhos, que são as principais células presentes no sangue. Esses nutrientes são tão importantes que existem políticas de fortificação de farinhas com ácido fólico e ferro, para incrementar a presença deles na cesta básica e favorecer mães de todas as classes sociais.

 

A alimentação saudável tem um papel essencial no bom desenvolvimento do feto, mas nem sempre atende integralmente a demanda por nutrientes. Por isso, muitas vezes é necessário ingerir suplementos. A vitamina D, por exemplo, só é fornecida através da exposição diária ao sol e com a ingestão de produtos como sardinha e cogumelos, que não são alimentos muito populares.

 

“Se a gestante não está se expondo ao sol com a frequência necessária, ela vai precisar receber a vitamina D de outra forma. A vitamina D, junto do cálcio, participa de todo o processo de formação da massa óssea e dos dentes e tem papel importante relacionado à imunidade”, explicou Carolina durante uma transmissão no YouTube com a influenciadora digital Karol Pinheiro. Confira o vídeo na íntegra.

 

Cada fase importa

O planejamento nutricional de uma gestante é mais complexo do que podemos imaginar. Em cada fase da gestação e aleitamento, o bebê precisa da dosagem adequada de vários nutrientes, entre eles as vitaminas B12, B9, B6 e ômega 3, em especial o DHA, que auxilia na formação dos neurônios e retina. No entanto, segundo a nutricionista, estima-se que 90% da população não consome a quantidade ideal de frutas, verduras e legumes como deveria. “Vemos carência de vitaminas e minerais. Isso é um grande problema de saúde pública, como a anemia por deficiência de ferro”, diz Carolina.

 

A questão nutricional da gestante precisa de mais atenção e cuidado, por impactar na formação e no futuro do bebê. “A gestação precisa de todos os nutrientes para formar um novo ser. Tudo vai ser transmitido via cordão umbilical para o bebê se manter e crescer. Ele vai utilizar esses nutrientes para formar as células, que vão formar tecidos e depois órgãos”, explica. Leia também: alimentação saudável deve ser uma prioridade para as gestantes.

 

De acordo com a nutricionista, estudos científicos avaliaram gestantes com dieta adequada e suplementação em comparação com as mães que não tiveram apoio nutricional. “As mães que foram suplementadas tiveram melhor desfecho, uma gestação mais adequada e menos intercorrências. O bebê tem melhor desenvolvimento e crescimento”, afirmou.

 

A Bayer auxilia as mamães que buscam suplementação nutricional oferecendo Natele®, um suplemento vitamínico-mineral com vitaminas A, B1, B2, B6, B12, C, D, E, nicotinamida, ácido fólico, cálcio, ferro e zinco, que é indicado para o período pré-gestacional, de gravidez e lactação.

A história e a ciência por trás da nutrição

A alimentação materna de fato define o futuro do bebê. Após a Segunda Guerra Mundial, houve um período de crise econômica e alta incidência de fome. Muitas gestantes tiveram privação de ingestão de calorias e nutrientes. O resultado disso foi que as crianças nasceram com baixo peso. Segundo a nutricionista Carolina Pimentel, cerca de 50 anos depois, houve um boom no registro de doenças crônicas.

 

Estudos científicos desenvolvidos nessa época tiveram grande avanço. Os especialistas conseguiram correlacionar a deficiência nutricional durante a gestação com a incidência de cardiopatias no futuro. Ou seja, os bebês que nasceram com baixo peso naquela época tiveram uma maior predisposição para desenvolver doenças cardíacas durante a fase adulta.

 

“Existe uma transmissão de características que não são genéticas, mas que adquirimos no ambiente. Algumas doenças que vão aparecer na idade adulta têm a ver com a nutrição da mãe e do filho ao nascer. Isso é o que chamamos de mecanismos epigenéticos”, explica Carolina.

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