MELHORANDO VIDAS

Como incentivar a alimentação saudável em casa?

Invista em uma dieta balanceada para que as crianças e adolescentes não sofram com a obesidade e outras doenças

A ida ao supermercado geralmente é uma festa para as crianças. Elas costumam pedir aos pais muitos biscoitos recheados, bebidas açucaradas e salgadinhos em geral. Por ainda não terem maturidade para fazer boas escolhas nutricionais, elas são o maior alvo dos alimentos processados. Além disso, alguns hábitos infantis da atualidade, como dispender horas em frente à televisão jogando videogames, colaboram para o sedentarismo.

 

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Como deixar as crianças felizes na hora de comer e, ao mesmo tempo, promover a saúde delas? A dica é apostar no aprendizado sobre nutrição. Que tal criar brincadeiras para envolver as crianças no preparo dos alimentos? De forma lúdica, os pais podem ensinar sobre as características de frutas, verduras e legumes para promover a saúde, explicando sobre a importância das vitaminas para o corpo. O colorido dos alimentos chama a atenção dos pequenos e você pode usar isso para instigar a curiosidade deles.

 

Por que a cenoura tem uma bela cor amarelo-alaranjada? Esse é um indicativo da presença de carotenoides como o betacaroteno. Essa substância é encontrada em alimentos de origem vegetal: hortaliças escuras ou legumes e frutas amarelo-alaranjadas (cenoura, mamão, manga, entre outros). Os carotenoides são importantes para o organismo porque são convertidos em vitamina A no fígado, onde ela é armazenada. Confira orientações no livro Além da Nutrição.

 

Você sabia que o tomate é uma fruta? Ensine para os seus filhos que o tomate é um dos poucos exemplos de frutas que são temperadas com sal, assim como são frutas a berinjela, a abobrinha e o pimentão. Outra dica é apresentar para as crianças as características da laranja, limão, tangerina, kiwi, manga e morango, frutas com belas cores e ricas em vitamina C, alimentos que colaboram para fortalecer a imunidade, além de beneficiar a saúde da pele e combater os radicais livres. 

 

Os pais também podem se aventurar aprendendo bentô, uma tradicional técnica japonesa que transforma pratos em verdadeiras obras de arte. Frutas e hortaliças são manipuladas para criar adoráveis desenhos infantis que divertem as crianças e transformam a hora da comida em um momento muito especial. A mãe malaia Lee Samantha ganhou fama na internet e está ajudando a difundir o bentô. Ela cria lindos pratos para ajudar as filhas a comerem melhor e, desde 2011, serve de inspiração com posts no Instagram para pais que desejam cativar seus filhos com alimentos saudáveis.

 

É fundamental apostar em uma alimentação diversificada e saudável para as crianças e adolescentes. O Programa Mundial de Alimentos (WFP) recomenda a inclusão de leguminosas nos cardápios infantis, em combinação com grãos, legumes, proteínas, folhas e minerais. Segundo a WFP, as leguminosas, como o feijão, grão-de-bico, lentilha, ervilha e fava, podem ser mais valorizadas para incluir pratos deliciosos e nutritivos na alimentação das crianças.

 

Evite a rotina inadequada

É crucial evitar que as crianças e adolescentes tenham o hábito de ingerir produtos ricos em açúcar, sal e gorduras. Ao longo das últimas décadas, mudanças culturais que provocaram maior consumo de comidas fast food e inatividade física têm impactado no peso das crianças e adolescentes. O sobrepeso e a obesidade infantil prejudicam o crescimento e desenvolvimento das crianças. Além disso, a condição de obesidade pode aumentar as chances de que eles tenham doenças cardiovasculares, problemas osteoarticulares, hipertensão e diabetes tipo 2, por exemplo.

 

A Organização Mundial de Saúde estima que 41 milhões de crianças com menos de 5 anos estejam obesas ou acima do peso no mundo. No Brasil, a obesidade e o sobrepeso infantil já são reconhecidos como um problema de saúde pública. Pesquisas indicaram que 12,9% das crianças brasileiras com idade entre 5 e 9 anos são obesas, divulgou o Ministério da Saúde em comunicado. Uma pesquisa realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) avaliou os hábitos de 36 mil estudantes e investigou fatores de risco para doenças cardiovasculares. O estudo revelou que 20% dos estudantes passam mais de seis horas vendo telas, como computadores e celulares, e 90% destes consomem petiscos nessas horas.

 

O sobrepeso e a obesidade em crianças e adolescentes pode ser combatida com dieta saudável e exercícios físicos. Promover a reeducação alimentar o quanto antes vai prevenir doenças e favorecer o desenvolvimento dos filhos. Quem costuma rechear as lancheiras das crianças com doces e frituras, precisa rever os conceitos com urgência e buscar conhecimento e apoio para melhorar a nutrição dos filhos.

 

O cuidado com crianças menores de dois anos precisa ser ainda maior. Eles não devem comer alimentos ultraprocessados ou com adição de açúcar. Os pais podem consultar as orientações do Ministério da Saúde no Guia alimentar para crianças brasileiras menores de dois anos.

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