CIÊNCIA & INOVAÇÃO

Cultura de inovação: é preciso desaprender para aprender

Como a mudança cultural, alimentada pela (e combustível para a) transformação digital, traz à tona a necessidade de mudarmos nosso jeito de trabalhar.

Como a mudança cultural, alimentada pela (e combustível para a) transformação digital, traz à tona a necessidade de mudarmos nosso jeito de trabalhar.

 

Minha missão na Farma: trazer a cultura de inovação para o nosso dia a dia. Eu me chamo Mirella, e minha história com a inovação começou há sete anos.

 

Como para muitas pessoas que hoje trabalham com o tema, fui meio no susto, já que não havia formação, cursos ou benchmarking para fazer. 

 

Iniciei como consultora de transformação digital com foco em tecnologias emergentes e ecossistema em uma empresa de consultoria e, de repente, me vi mudando de lado, e acabei criando uma área de inovação numa das maiores cervejarias do mundo. Foi ali que, pela primeira vez, me deparei com a questão da cultura. 

 

Percebi que antes da transformação digital que estava na minha estratégia enquanto consultora, as empresas precisavam de outra transformação: a cultural. Foi então que descobri que a minha visão de mundo não era a visão de todos. Meu desenvolvimento escolar se deu dentro do método Montessori, sem respostas prontas e múltipla escolha, mas com possibilidades, alternativas e diferentes caminhos para resolver problemas. E me soava estranho dizer que 'agora' precisamos falar de colaborar, cocriar, comunicar mais, colocar o cliente no centro, idear, aceitar erros e aprender com eles. "Mas isso não é o normal?"

 

Fui privilegiada por crescer não tendo resposta para tudo, por pensar em diferentes caminhos para chegar numa solução, trabalhar em grupo, colaborar, testar. Mas essa não é a realidade da maior parte das pessoas que estão hoje no mercado de trabalho. Por isso, todas essas mudanças que a cultura ágil e de inovação provocam nos tiram da zona de conforto e levam tempo.

 

Na Bayer, neste um ano em que estou aqui, não foi diferente! Para inovar foi preciso começar pela cultura. Na Farma, passamos a trabalhar com sessões de design thinking para exercitar a colaboração, o melhor entendimento do problema e a criação de soluções. Começamos a nos conectar com startups e, com elas, aprendemos que "feito é melhor que perfeito", e que é possível experimentar antes da ideia virar um grande projeto. Começamos a trabalhar em algumas iniciativas e em grupos multifuncionais, squads, aplicando algumas metodologias ágeis que nos trouxeram mais empoderamento na tomada de decisão, entregas mais frequentes e maior colaboração. 

 

Hoje, sabemos que só teremos novas soluções se pensarmos diferente, e só pensaremos diferente se estivermos abertos a ouvir, observar, discutir e construir. O grande ganho da Farma na mudança de cultura é a capacidade que estamos adquirindo de ampliar nosso olhar para o paciente, e estarmos abertos para as possibilidades que ainda nem sabemos que temos. E estamos só no começo! 

Mirella VieiraMirella Damaso Vieira é catarinense, formada em Administração e em Relações Públicas, gerente de inovação na Farma, dona de uma extensa lista de lugares e restaurantes para conhecer, e apaixonada por jazz, futebol e viagens.

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