Empreendedorismo feminino colabora para avanços na sociedade
As mulheres que criam empresas viabilizam ambientes propícios para o empoderamento feminino, diversidade, inclusão e combate às desigualdades.
Para uma pessoa, pode ser desafiador, mas, ao mesmo tempo, muito gratificante abrir o próprio negócio ou comandar empresas. As oportunidades para empreender também resultam em frutos positivos para a sociedade, gerando emprego e renda. No caso das mulheres, o empreendedorismo tem um benefício adicional, já que, por meio dele, é possível minimizar desigualdades de gênero no mercado de trabalho.
Esse tema importante é celebrado especialmente em 19 de novembro, o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, criado pela Organização das Nações Unidas para prestigiar as empresárias. Essas mulheres ascendem em suas carreiras e inspiram as futuras gerações de meninas, que passam a estar cada vez mais preparadas para empreender, combater preconceitos e viabilizar a equidade de gênero.
Para comemorar essa data especial, a Bayer homenageia e dá voz a mulheres como a empresária Kátia Brasileiro, historiadora, escritora e fundadora da Rede Educare. Há 13 anos, a empresa desenvolve projetos sociais focados em educação e cultura, tendo a Bayer em sua lista de clientes.
Kátia é pernambucana e já morou em várias cidades brasileiras. Ela teve vasta experiência lecionando História em escolas públicas e particulares. Escreveu livros infantojuvenis e iniciou sua jornada empreendedora atuando como consultora autônoma em Salvador (BA), atendendo empresas que precisavam de auxílio para implementar projetos sociais com estímulos fiscais.
Muito tempo depois, Kátia se mudou para São Paulo e se aventurou como empresária, criando então a Rede Educare, em 2008, com a ambição de idealizar seus próprios projetos. “Só tinha R$ 9 mil para investir e comecei tudo sozinha. Naquela época, fui eu que criei até a logomarca da empresa. Meu foco era criar cenários positivos, com um planejamento estratégico flexível”, lembra a empresária.
A flexibilidade e a dedicação de Kátia ampararam a trajetória de crescimento da empresa, que hoje conta com 20 colaboradores. Além disso, há a contratação de profissionais indiretos que atuam nos projetos. “Em média, contamos com 200 fornecedores. Então o trabalho tem um resultado enorme para a sociedade”, diz Kátia. “A cultura, a arte e a educação geram um impacto positivo gigantesco para o Brasil, a maior transformação é a mudança na formação das pessoas.
Para ter sucesso empreendendo, Kátia recomenda muito estudo, muita dedicação, disciplina e organização. A Rede Educare, por exemplo, tem várias áreas bem estruturadas, como a área de contabilidade, recursos humanos, gestão de processos e de comunicação. “Usando o seu coração, você vai fazer o produto mais incrível. Mas use a razão também. Faça contas, descubra o preço do seu trabalho”, orienta a empreendedora. “Eu amo tanto o que eu faço que demorei para pensar na questão da gestão. É importante pensar sobre qual é o preço do produto, quanto você pode investir e quanto pode gastar”, diz.
Outro conselho é estar atento para ouvir os clientes, colaboradores e parceiros, criando um ambiente propício para trocas e inclusão. “Para mim, a Educare foi um sonho que se tornou meu trabalho, sendo compartilhado com muitas pessoas e empresas. Aprendi muito com meus clientes e com as comunidades nas quais atuamos”, diz. “Sou feliz com a Rede Educare e quero inspirar novas gerações, fortalecendo a leitura e sempre também trabalhando a inclusão. Trabalhamos para conquistar a equidade, incluindo mulheres, pessoas trans e pessoas com deficiência em nossos projetos.”
Atualmente, a Rede Educare conta com 18 clientes. O tipo de projeto mais desenvolvido é voltado para a implementação de bibliotecas, sendo que, até 2021, a Rede Educare já soma um total de 150 unidades instaladas. “A minha meta é chegar a mil. Sempre haverá espaço para livros e leitores”, diz Kátia. A empresa implementa espaços educativos com 800 a 1.200 livros em cooperativas de catadores, em comunidades carentes, escolas públicas municipais, hospitais, e em centros de acolhimento para refugiados e imigrantes, com os mais variados formatos.
Neste ano, com o apoio da Bayer, a Rede Educare iniciou o projeto “Leiturinha no Hospital”, que leva livros para hospitais, beneficiando crianças hospitalizadas ou em tratamento nas alas pediátricas e oncológicas. Esse projeto, em especial, tem emocionado as pessoas envolvidas, segundo Kátia. “Vimos como o espaço de leitura tem valor para cada criança, recebemos agradecimentos de várias maneiras. O impacto positivo da leitura me toca profundamente”, conta.
Outras atividades da Rede Educare englobam o desenvolvimento de exposições e a produção de livros. Entre os trabalhos mais recentes, vale citar a produção do livro “Diálogos com o Futuro”, com reflexões sobre o nosso futuro, valorizando histórias sobre ciência e sustentabilidade, com o apoio da Bayer. “Sou uma empreendedora de ideias, e o capital humano é intangível. Trabalhamos com economia criativa, que está crescendo muito no mundo. Acho que o empreendedorismo tem que estar em todos os lugares, na ciência e nas artes”, diz Katia.
Para fortalecer ainda mais o empreendedorismo, especialmente entre as mulheres, Kátia acredita que é fundamental valorizar os recursos humanos. “Tudo é mais do que um produto. A pessoa que faz tem muito valor no processo, é o ser humano que faz toda a diferença. E acredito que o empreendedorismo também está dentro das empresas, por meio de profissionais que empoderam outras mulheres quando contratam mulheres em sua rede de fornecedores”, finaliza a empresária.
Kátia Brasileiro é empresária, historiadora, escritora e fundadora da Rede Educare.