Inclusão precisa ser mais valorizada em ambientes corporativos
No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, a Bayer reforça seus compromissos com a inclusão e a diversidade, engajando e dando voz aos colaboradores.
O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado em 3 de dezembro, é uma data promovida pela Organização das Nações Unidas1 que traz importantes reflexões sobre direitos humanos e estimula iniciativas de valorização das Pessoas com Deficiência.
A Bayer participa desse movimento e investe continuamente em ações inclusivas. Para a Bayer, a inclusão e a diversidade representam um pilar estratégico que permeia todos os negócios da companhia e colaboram para moldar um futuro mais positivo para a sociedade, com saúde para todos e fome para ninguém.
A Bayer busca engajar os seus colaboradores, promover debates e mudanças que transformem as áreas da empresa em ambientes corporativos cada vez mais criativos, inclusivos e diversos. Entre as iniciativas, a Bayer mantém o Enable, um grupo de afinidade idealizado para dar voz aos colaboradores que apresentam deficiências e compreender demandas desse público, além de valorizar a formação e o desenvolvimento profissional de PCDs.
Entre os participantes do Enable, está Cibele Bueno Santos, que é analista administrativo sênior de área de qualidade da divisão CropScience da Bayer Brasil, com atuação em São José dos Campos (SP). "No Enable, propomos o protagonismo das pessoas com deficiência, para que esses profissionais sejam extremamente capazes, competentes e capacitados. Também buscamos ampliar e melhorar a visão que a companhia e os colaboradores têm sobre a lei de cotas. Vamos trabalhar mais para que paradigmas sejam revistos", diz a analista.
Deficiência e adaptações
Quando Cibele tinha 19 anos, ela foi diagnosticada com uma doença autoimune que comprometeu 80% de sua audição. Isso gerou mudanças significativas na rotina da jovem. Foi necessário contar com o apoio da família, aprender linguagem de sinais e leitura labial e se adaptar à nova realidade. "Quando comecei a perceber a perda auditiva, tive dificuldades, precisei trancar a faculdade e só retornei após dois anos, já usando aparelhos auditivos", conta ela.
Cibele concluiu graduação superior e cursou uma pós-graduação em Administração. Antes de ingressar na Bayer, Cibele desenvolveu uma carreira de sucesso atuando no comércio e na indústria, sempre desempenhando funções em áreas comerciais e de marketing. Ao longo dos anos, Cibele também investiu em tratamentos de saúde, e foi possível recuperar parte da audição. Atualmente, aos 40 anos, ela tem perda auditiva de 52% no ouvido direito e de 55% no esquerdo.
Em 2016, Cibele passou a trabalhar na Bayer e participar ativamente do grupo Enable, colaborando para mudanças positivas na companhia. “Na Bayer, as pessoas são muito abertas para buscar um entendimento e fazer um bom trabalho. Eu consigo externar as minhas dificuldades e necessidades, e me sinto muito acolhida pela minha liderança. Tenho tido êxito e já fui promovida três vezes”, relata.
Vencendo dificuldades
Para superar empecilhos na carreira, a estratégia de Cibele foi se posicionar de forma transparente nos locais de trabalho. Ambientes que registram muitos ruídos ou com várias pessoas conversando ao mesmo tempo podem desafiar a comunicação. “Então eu deixava claro para a liderança e para os colegas essa minha dificuldade de entender algumas coisas”, conta ela.
Cibele explica que a sua deficiência auditiva pode gerar dificuldades de entendimento em decorrência da perda neurossensorial. Então, ela se adaptou para desenvolver uma maior capacidade de concentração e conseguir ficar focada no interlocutor. Dessa forma, ela consegue ouvir parcialmente e fazer a leitura labial durante qualquer conversa.
"Não é preciso falar alto comigo, é preciso falar pausadamente. Eu aprendi a desenvolver habilidades que facilitem a comunicação. Consigo me concentrar bastante na voz do interlocutor. Mas em espaços abertos onde o som se propaga muito, eu preciso estar próximo de quem está transmitindo a mensagem", explica. Ciente disso, Cibele conta que sempre busca dialogar com colegas e lideranças, para sanar as dificuldades, e que essa postura tem facilitado a rotina de trabalho.
Protagonismo e motivação para PCDs
Embora se sinta realizada com a carreira, Cibele revela que já sofreu com preconceitos anteriormente. “Nem tudo são flores. Em razão da deficiência, eu tive muitas experiências negativas em empresas onde já trabalhei. Mas a minha postura frente às dificuldades fez a diferença. Eu sempre busquei me motivar, investir em capacitação e valorizar as minhas competências”, afirma.
Ela acredita que o autoconhecimento é fundamental para superar as adversidades. “Para mim, o que mais facilitou a rotina foi eu ter me aceito. Eu nunca senti vergonha da deficiência e me propus a encarar todos os desafios que a vida me trouxesse. Eu sempre me candidatei a vagas não exclusivas para PCDs, esperando que as minhas competências pudessem prevalecer nos processos seletivos, independentemente da minha deficiência”, conta.
Além disso, ela acredita que é preciso desenvolver a autoconfiança para se destacar no mercado corporativo, tendo ciência das próprias qualidades e sempre buscando oportunidades de crescimento. “Recomendo buscar o desenvolvimento contínuo e de forma muito persistente. É um investimento pessoal custear treinamentos, cursos e estudos para se atualizar”, opina ela.
No entanto, a sociedade ainda não está livre de preconceitos, e as ações inclusivas precisam ser reforçadas. Só que, para Cibele, cada um precisa fazer a sua parte, combatendo situações constrangedoras. “Ainda existem vieses e líderes que precisam ser influenciados para melhorar a postura. E precisamos encorajar as pessoas a reportar casos de desrespeito nos canais adequados. É necessário se posicionar contra tudo aquilo que é errado, e tentar sempre melhorar as situações, os ambientes e as pessoas”, opina Cibele.
Referências:
1https://news.un.org/pt/tags/dia-internacional-das-pessoas-com-deficiencia
Cibele Bueno Santos é analista administrativo sênior de área de qualidade da divisão CropScience da Bayer Brasil, com atuação em São José dos Campos (SP).