Novembro Azul: por que é tão importante falar sobre a saúde do homem?
Durante a campanha “Novembro Azul”, conscientize-se sobre os perigos do câncer de próstata, que acomete cerca de 65 mil homens por ano.
A visão dos homens em relação à própria saúde está em transformação. Os homens, de forma geral, culturalmente não levavam o autocuidado tão a sério e negligenciavam o acompanhamento médico para prevenir doenças. No entanto, isso vem mudando gradativamente, com a ajuda de campanhas de conscientização que esclarecem sobre a saúde do homem e buscam sensibilizar sobre temas relevantes, como o câncer de próstata.
A próstata é uma pequena glândula que tem como função colaborar para a produção de esperma. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, perdendo apenas para a incidência de câncer de pele não melanoma. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), estimam-se 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2020, sendo uma doença fatal para 15.576 homens. A doença atinge especialmente os mais velhos, sendo que cerca de 75% dos casos do mundo acometem homens com mais de 65 anos de idade.
O tema é muito sério e ganha visibilidade especialmente em novembro, quando ocorre a campanha de conscientização “Novembro Azul”. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) é uma das entidades que se mobilizam durante novembro e criam ações de promoção à saúde do homem. Mesmo com o período de distanciamento social em combate ao coronavírus, os homens não podem descuidar da saúde. Por isso, é recomendável realizar exames preventivos e não interromper tratamentos.
“Não existe modo melhor de enfrentarmos uma doença do que diagnosticá-la no início: as opções e a efetividade dos tratamentos aumentam, podendo-se obter a cura. A introdução dos exames de detecção precoce do câncer prostático, há mais de 20 anos, resultou na queda da mortalidade pela doença em vários países”, afirmou o Dr. Rodolfo Borges, diretor do Departamento de Uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia, em comunicado.
Prevenção do câncer de próstata
O diagnóstico precoce é a melhor forma de combater a doença. O câncer se desenvolve de forma “silenciosa”, geralmente sem apresentar sintomas. Então, mesmo com a ausência de sintomas, é recomendável que homens a partir dos 50 anos sem fatores de risco ou a partir dos 45 anos, caso tenham algum fator de risco, busquem se consultar com um médico urologista e possa realizar exames preventivos regularmente.
Os exames de rotina são o toque retal, para que o urologista avalie se há alterações na próstata, como a presença de nódulos ou endurecimento, e o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico), o qual mede a concentração dessa proteína, que, quando aumentada, leva à suspeita da doença. A depender do caso, o médico pode solicitar outros exames, como ultrassom e biópsias, para analisar fragmentos da próstata. A SBU reforça que, quando descoberto precocemente, o câncer de próstata tem 90% de chances de cura.
Os tratamentos para esse tipo de câncer vêm evoluindo ao longo dos anos. Entre as inovações, destaca-se a darolutamida, novo medicamento indicado para pacientes com câncer de próstata não metastático e resistente à terapia de privação hormonal (bloqueio de testosterona), que foi lançado no Brasil em maio de 2020. Leia mais: Chega ao Brasil tratamento que preserva a qualidade de vida para pacientes com câncer de próstata.
O diferencial é manter a qualidade de vida dos pacientes. “A droga apresentou um perfil de segurança muito bom, com pouquíssimos eventos adversos graves observados. O objetivo principal do tratamento aprovado é atrasar o aparecimento de metástases nesses pacientes. E os resultados foram satisfatórios: aqueles que estavam em tratamento com darolutamida demoraram em torno de 40 meses – quase quatro anos – para desenvolverem metástases, sem terem sua rotina normal afetada", explicou, em comunicado, o Dr. Murilo Luz, uro-oncologista que participou dos estudos sobre a eficácia e a segurança do novo medicamento.
A ações de conscientização da campanha “Novembro Azul” são fundamentais para o combate ao câncer de próstata e podem ir além disso, chamando a atenção sobre os cuidados com a saúde do homem de forma integral. Vale a pena destacar iniciativas como a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, que foi formulada pelo Ministério da Saúde para compreender a realidade singular do homem, considerando os contextos socioculturais e político-econômicos. A política busca conscientizar também sobre outras doenças, como o câncer de estômago, de esôfago, de boca e faringe, que acometem muitos brasileiros.
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