28 de maio: dia de valorizar os direitos reprodutivos femininos
Luta ressalta a importância de cuidados com a saúde ginecológica, e promove o uso de métodos contraceptivos com segurança e acompanhamento médico.
O Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, celebrado em 28 de maio, busca conscientizar quanto à saúde íntima feminina e valorizar os direitos reprodutivos das mulheres. A data proporciona reflexões sobre contracepção, empoderamento feminino e a saúde das mulheres.
O acesso aos métodos contraceptivos é fundamental para promover a equidade de gênero e a autonomia das mulheres. A história comprova esse argumento, com impactos sociais importantes: na década de 1960, quando os Estados Unidos aprovaram a primeira pílula anticoncepcional oral, teve início uma revolução sexual e de emancipação feminina. As mulheres passaram a ter controle sobre seus desejos, comportamentos e fertilidade. Representou outro marco para as mulheres o primeiro Dispositivo Intrauterino (DIU) hormonal, lançado em 1990, na Finlândia, com a chegada ao Brasil em 20002.
Contracepção
Entre os métodos contraceptivos disponíveis atualmente, vale a pena destacar os de longa ação, como os implantes e os Dispositivos Intrauterinos (DIUs), que oferecem eficiente proteção. “Os LARCs acabam sendo 20 vezes mais seguros que a pílula, por exemplo, e a dose hormonal dos DIUs hormonais chega a ser até 23 vezes menor do que uma pílula de baixa dosagem. A pílula vai agir no corpo todo, enquanto um DIU hormonal age localmente no útero e na maioria das vezes não bloqueia a ação dos ovários”, afirma a Dra. Thais Ushikusa, ginecologista e gerente médica de Saúde Feminina da Bayer. Outra vantagem é que os métodos de longa ação não dependem da memória da paciente para serem utilizados e acabam não impactando na rotina das suas usuárias.
O implante é uma espécie de bastão plástico subdérmico, que é inserido por um médico debaixo da pele do braço da mulher. Ele libera hormônios, que atuam no organismo como um todo e impedem a ovulação, garantindo a contracepção por até três anos. Leia mais: Que tal repensar o método contraceptivo?
Existem dois tipos de DIU: o de cobre e o hormonal. O DIU de cobre provoca liberação de cobre dentro do útero. Como reação, ocorre uma inflamação localizada que transforma o útero em ambiente inóspito para os espermatozoides, que morrem no local, impedindo a fecundação. A desvantagem é que o DIU de cobre costuma causar aumento de fluxo menstrual e cólica em algumas mulheres.
O DIU hormonal tem mecanismo de contracepção diferente. Ele libera progestina, hormônio artificial que imita as ações da progesterona. A liberação local dessa substância altera as características do muco cervical que é produzido no colo do útero. Assim, o muco fica mais espesso e impede a locomoção de espermatozoides. Além disso, a ação do dispositivo “afina” a camada do útero, o que provoca redução do fluxo menstrual. Por isso, o DIU com maior dose hormonal é indicado também para tratar o Sangramento Uterino Anormal (SUA).
Utilização de LARCs
Os LARCs podem ser usados por qualquer mulher, independentemente da idade, peso corporal ou se já teve filhos. “É incomum ter contraindicação. Entre as contraindicações, temos as malformações do útero, que podem ser de nascença ou adquiridas ao longo da vida no caso dos DIUs, e no caso do implante, o uso de medicamentos que possam interagir no organismo. É sempre importante conversar com o seu médico sobre o tema”, explica a Dra. Thais.
Os DIUs são colocados via vaginal, com o uso de um instrumento ginecológico chamado de espéculo. “A colocação é bem simples, feita no próprio consultório ginecológico. Não precisa de anestesia, e o procedimento demora cerca de cinco minutos”, diz a Dra. Thais. Cerca de cinco minutos após a inserção, a mulher pode retomar suas atividades normalmente, sendo necessário apenas evitar ter relações sexuais por 24 horas. Para o implante, a inserção também é realizada no consultório, com anestesia local, e deve-se evitar fazer exercícios físicos ou pegar peso após o procedimento.
Todos os métodos passam por um período de adaptação. Com o passar dos meses, o corpo se adapta ao novo método, mas é comum a mulher apresentar irregularidade menstrual nos primeiros seis meses de utilização. Pontualmente, existe a possibilidade de que ocorra a expulsão do DIU, caso que representa somente 3% a 5% das pacientes que inserem o dispositivo e geralmente no início do uso. Na maioria dos atendimentos, as mulheres utilizam o DIU tranquilamente durante todo o período de vida útil do dispositivo, de até cinco anos, para os hormonais, e de até uma década, no caso do DIU de cobre.
Ao fim da vida útil do DIU ou em qualquer momento que a paciente desejar, a retirada também é rápida e indolor, que leva menos de cinco minutos em consulta. Outra vantagem é que o mesmo método pode ter continuidade. “A mulher pode tirar o DIU e já colocar outro na sequência, se não quiser engravidar. Em média, as mulheres precisam de contracepção por cerca de 30 a 35 anos e, se quiser, pode só usar DIU”, afirma a Dra. Thais.
Saúde íntima
A saúde íntima vai muito além do uso de método anticoncepcionais. As mulheres podem ser acometidas por várias doenças ginecológicas e de causa hormonal, por isso precisam de consultas periódicas e cuidados para manter a saúde, além de demandar acompanhamento especial durante gestações.
Mulheres jovens devem investir especialmente em métodos de contracepção e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Mulheres mais maduras, além desses cuidados já citados, devem se preocupar mais com a prevenção de câncer de mama e de ovário, além de monitorar o colesterol, prevenir diabetes e outras comorbidades. “O ideal é ir ao ginecologista todo ano e o médico vai avaliar caso a caso se vai precisar fazer papanicolau e mamografia”, afirma a Dra. Thais.
O avanço da idade ou o ganho de peso geram impactos na saúde feminina. “Comorbidades geralmente pioram as defesas do organismo, deixando um risco maior de ter infecções sexualmente transmissíveis e corrimentos de repetição. Com sobrepeso ou obesidade, esse tecido adiposo em excesso acaba secretando hormônios e isso favorece a alteração hormonal, sangramento irregular, dificuldade para engravidar”, exemplifica a médica.
Um exemplo de corrimento comum é a candidíase, doença causada pela proliferação anormal do fungo Candida albicans na vagina, manifestando sintomas como coceira e corrimento espesso branco. É muito comum a ocorrência de candidíase. De acordo com uma pesquisa da Bayer realizada pelo Ibope, 52% das mulheres entrevistadas já tiveram candidíase e 73% delas utilizam produtos como sabonetes para limpar a região íntima3. Leia também: quais são os passos para valorizar o autocuidado?
A Bayer colabora para o tratamento da candidíase com a marca Gino-Canesten®4, uma linha completa de produtos para a candidíase, contendo o princípio ativo Clotrimazol, tratamento que promove o alívio dos sintomas da infecção desde a primeira aplicação. Além disso, a Bayer conduz iniciativas de conscientização sobre saúde feminina, como, por exemplo, o Intensivão da PPK, uma “escola virtual” lançada no TikTok, em parceria com especialistas em saúde e influenciadoras digitais. Leia mais: Mulheres podem aprender sobre saúde íntima e derrubar tabus.
PP-MIR-BR-0532-1 – Maio/2021.
Tags: contracepção, saúde íntima, diu, candidíase, métodos contraceptivos.
Referências:
1. https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/05/55-anos-da-pilula-anticoncepcional-como-ela-moldou-o-mundo-em-que-vivemos-hoje.html
2. https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/a-evolucao-na-contracepcao-e-seu-impacto-na-revolucao-feminina/
3. https://www.bayer.com.br/pt/blog/quais-sao-os-passos-para-valorizar-o-autocuidado
4. https://www.ginocanesten.com.br/