Proteja o seu fígado dos malefícios das hepatites virais
Saiba como a imunização e medidas preventivas são essenciais para afastar as infecções que podem desencadear cirrose e até câncer.
A saúde do fígado precisa ser preservada e, para que o órgão não sofra com enfermidades, uma das medidas essenciais é combater as hepatites virais. No mês de julho é realizada a campanha “Julho Amarelo”, organizada pela Sociedade Brasileira de Hepatologia com o objetivo de orientar a população sobre os perigos dessas infecções1.
Existem vários tipos de hepatite, transmitidas de diferentes formas, com variados sintomas. O problema, no entanto, é que a hepatite pode levar à ocorrência de fibrose avançada ou de cirrose, desenvolvimento de câncer no fígado, e até mesmo causar a necessidade de transplante do órgão.
As complicações no fígado desencadeadas pelas hepatites virais são preocupantes. De acordo com informações do Ministério da Saúde, cerca de 1,4 milhão de pessoas morrem anualmente no mundo, com causas relacionadas às hepatites. A taxa de mortalidade relacionada à hepatite do tipo C, por exemplo, pode ser comparada às do HIV e da tuberculose2.
A gravidade desse cenário só reforça a necessidade de conscientização. Existem basicamente cinco tipos da doença: hepatite A, B, C, D e E. Para que as hepatites virais possam ser combatidas, é necessário valorizar a prevenção, o diagnóstico preciso e o tratamento adequado.
Hepatites virais
As hepatites podem manifestar sintomas como vômito, enjoo e mal-estar, febre, coloração amarelada na pele e olhos, dor no abdômen, urina escura, entre outros. No entanto, também é possível que a infecção não desencadeie esses sinais, e a pessoa fique assintomática por muitos anos, o que também configura um perigo para o funcionamento do fígado e a possibilidade de desenvolvimento de câncer.
As hepatites do tipo A e E são transmitidas por via oral-fecal. Ou seja, o indivíduo pode se infectar através do consumo de água e alimentos contaminados ou que tiveram contato com fezes, então esses tipos de hepatite estão associados às condições de saneamento básico e higiene da população.
A hepatite do tipo B é transmitida por meio de relações sexuais e do contato com sangue infectado3, contato com objetos de uso pessoal, cortes e feridas, compartilhamento de objetos para uso de drogas, entre outros. A infecção também pode ser transmitida de mãe para filho, durante a gestação ou o parto.
Nesse caso, as ações preventivas reforçam a necessidade de uso de preservativos e da responsabilidade em procedimentos como transfusões de sangue e até mesmo manicure, reforçando o cuidado ao utilizar objetos como alicates de unha.
A hepatite C é considerada uma epidemia mundial, ocorrendo, na maioria dos casos, de forma assintomática, e que evolui sorrateiramente, causando inflamação persistente no fígado. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 60 a 85% dos casos se tronam crônicos e, em média, 20% dos pacientes registram cirrose ao longo do tempo4.
A hepatite C é adquirida durante contato com sangue contaminado, por falhas de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos, riscos durante a manicure, durante a realização de tatuagens, colocação de piercings, entre outros procedimentos onde há risco de contato com sangue. A possibilidade de contágio durante relação sexual ou transmissão de mãe para filho é incomum.
A hepatite D ocorre apenas em indivíduos que já foram afetados pela hepatite B, com as mesmas formas de transmissão já citadas.5
Vacina, sim!
As hepatites dos tipos A e B podem ser prevenidas com imunização. A vacina para hepatite B também protege contra a hepatite D. Essas vacinas estão previstas no calendário de vacinação infantil, com aplicação gratuita pelo Sistema Único de Saúde.
“Normalmente são prescritas três aplicações da vacina. Assim, garante-se uma produção adequada das defesas (anticorpos) contra o vírus, que permanecem por toda a vida do indivíduo. A vacina protege não apenas contra o aparecimento de tumores de fígado, mas também ante doenças precursoras como a cirrose e a fibrose hepática”6, explicou o Dr. Felipe Coimbra, head do Departamento de Tumores Abdominais do A.C.Camargo Cancer Center, em comunicado.
As pessoas que, por alguma razão, não foram vacinadas devem procurar uma Unidade Básica de Saúde para fazer um teste rápido de detecção da hepatite. Sendo negativo, o indivíduo pode investir em imunização contra as hepatites A e B, que também protege contra a hepatite D.
Não existem vacinas contra as hepatites do tipo C e E, por isso a prevenção é fundamental. A hepatite C, a versão mais preocupante, pode se transformar em condição crônica, então é fundamental que o paciente busque tratamento com o uso de antivirais que retardam a progressão da doença.
PP-STI-BR-0243-1
Tags: hepatites virais, infecção, fígado, hepatite C, vacina.
Referências:
1. https://sbhepatologia.org.br/julho-amarelo/
2. http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/hv/o-que-sao-hepatites-virais
3. http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/hv/o-que-sao-hepatites/hepatite-b
4. http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/hv/o-que-sao-hepatites/hepatite-c
5. http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/hv/o-que-sao-hepatites/hepatite-d
6. https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/hepatite-vacinacao-e-relacao-com-o-cancer