CIÊNCIA & INOVAÇÃO

Todos podemos inovar e transformar

A importância de estar aberto a novas formas de pensar e agir, em um processo de transformação digital.

Não adianta negar ou desviar do assunto: a partir do momento em que eu utilizo um aplicativo do celular para chamar um carro, alugar um apartamento ou pedir comida, eu estou inserida no mundo digital. E como foi essa mudança na minha vida? Assim como para muitos, foi natural, algumas vezes imperceptível. Um amigo indicou um aplicativo, passou algumas dicas e, pronto, lá eu estava aprendendo outro idioma sem estar em uma sala com professor.

 

Todos podemos inovar e transformar

 

Todas as facilidades trazidas por uma transformação digital do nosso dia a dia, e criadas por algum “ser criativo bem distante”, me trouxeram conforto, autonomia e gostinho de quero mais.

 

Ótimo, mas, de poucos anos para cá, estão falando de transformação digital na área em que eu trabalho, uma área de suporte, financeira, técnica, que presta serviços, não vende produto. Estão falando que eu posso participar do time protagonista desse movimento. Um momento, por favor, isso não é comigo, nem sei o que é isso, nem por onde começar, não sou de TI e nem de engenharia de produtos.

 

Você se identifica com esse último parágrafo? Acredito que muitas pessoas se reconhecem, e aqui começo a compartilhar minha história com você.

 

Meu nome é Camila Rebelo e trabalho há mais de 22 anos na área tributária, sendo 11 desses na Bayer (vindo do legado Monsanto). Desde meados de 2018 e 2019, fui incentivada por outros colegas e pelo próprio mercado a entender do que se tratava o termo “transformação digital” para áreas de suporte, como a área tributária. A partir daí, eu atuaria sendo a responsável por impulsionar esse movimento, e confesso que foi assustador.

 

O termo “transformação digital” me remeteu a pensamentos duros e travados. De início, eu me vi diante de inúmeras perguntas: “como inovar dentro de uma área técnica?”, “como criar algo mirabolante para tax?”, “como criar, se não sou uma pessoa criativa?”.

 

Após o primeiro choque, respirei e comecei a mapear quais seriam meus próximos passos. Assim, conversei com várias pessoas e empresas que poderiam contribuir para a minha jornada iniciada na estaca zero. Uma sopa de novas palavras foi me apresentada: Artificial Intelligence, Internet of Things, Chatbot, Design Thinking, Machine Learning, Scrum, Agile, RPA, Blockchain, entre outras. Mais um momento paralisante. Para superar meu segundo choque, comecei a organizar meus novos aprendizados, separando o que se referia a novas ferramentas e tecnologias, o que se referia a novas metodologias de trabalho e um terceiro pilar, como gosto de chamar, o que se referia a pessoas e cultura. E é nesse terceiro pilar que as oportunidades mentais realmente se abrem para profissionais como eu, que trabalham em áreas de suporte.

 

Gosto de dizer que se abre por esse pilar pois, na minha visão, é o ponto de partida e conexão entre tudo que se refere a transformação digital. Ser digital e protagonizar uma transformação dessas só acontece se eu passo a me comportar de uma forma diferente, com uma cabeça mais aberta às ideias, aos desafios compartilhados, ao trabalho colaborativo entre profissionais de diversas especialidades, treinando a mente e quebrando vários mitos sobre a criatividade. Novas competências e aprendizagem contínua fazem parte desse processo, e eu procuro conhecê-las e experimentá-las a todo momento.

 

No início, criei uma expectativa pela Inovação dentro da área de Impostos, como ter a “grande ideia”. Porém, com o tempo e um pouco mais de conhecimento sobre esse movimento, fui entendendo que Inovação e Transformação Digital vão muito além de uma grande solução. Nesses processos, as experimentações devem ser executadas, e é necessária uma maior tolerância ao erro.

 

No meu caso, entendo que a transformação é uma jornada feita de pequenos e grandes passos, mas todos causando um ganho na execução das atividades na área onde trabalho. E, em vez de focar os pensamentos em ideias mirabolantes, aprendi que o segredo é olhar para todos os processos e identificar primeiramente onde posso fazer de uma forma diferente ou aplicar uma nova ferramenta de uma forma rápida, gerando mais agilidade e qualidade de performance em um curto espaço de tempo. Todos esses “pequenos ganhos” farão parte de algo maior que servirá de base de toda a jornada.

 

No meu papel de responsável por transformação digital, tenho grande responsabilidade, é claro. Porém, caminho de forma alegre e entusiasmada, sabendo que esse trabalho é feito em conjunto, que a minha parte se soma à parte do outro e, assim, criamos o ecossistema de mudança e transformação para as áreas de suporte da Bayer.

Camila RebeloCamila Rebelo, é joseense, administradora de empresas com MBA Executivo Internacional em Controladoria, Auditoria e Tributos pela FGV, certificada em Gestora de Projetos pelo Project Management Institute e iCoach pela Systematic Inventive Thinking. É motivada em desenvolver pessoas, conhecer novos lugares e aprender sempre. 

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