São Paulo, dezembro de 2022 – Os agricultores têm percebido cada vez mais sua importância no combate às mudanças climáticas. No Rio Grande do Sul, a agricultora Veronica Bertagnolli tem sido uma entusiasta das práticas conservacionistas na propriedade de sua família, a Sementes Butiá, no município de Coxilha (RS), com uma área produtiva de 4.600 hectares incluindo as safras verão (soja e milho) e inverno (trigo). Em 2022, a produtora conseguiu medir o estoque de 81,5 toneladas de carbono por hectare no solo.
Verônica Bertagnolli, da Sementes Butiá. Crédito imagem: Marcelo Ribeiro
Há três anos, o interesse de Veronica pela temática do carbono a levou a intensificar os manejos sustentáveis, investindo em mix de plantas de cobertura, além do plantio direto adotado na fazenda desde os anos 80 e da rotação de culturas, de milho e soja no verão, de aveia e trigo no inverno. “Essas práticas são importantes porque agregam carbono no solo durante anos. Quanto mais mix de cobertura, maior a chance de ter um melhoramento químico, físico e biológico do solo, o que comprovadamente é muito importante para aumentar o sequestro de carbono em solo”, explica.
Hoje a agricultora colhe os frutos de sua adesão ao programa PRO Carbono, parte da iniciativa Carbono Bayer, que está presente em 10 países e conta com mais de 2.600 produtores que juntos já sequestraram 500 mil toneladas de carbono no solo. Ele oferece serviços e vantagens para os produtores dispostos a ampliar seu potencial produtivo e aumentar o sequestro de carbono no solo a partir da intensificação de práticas agronômicas sustentáveis.
Foi por meio do PRO Carbono, com a ajuda de uma consultoria parceira, que Verônica fez uma primeira mensuração do estoque de carbono acumulado na propriedade nos últimos anos. A expectativa com o avanço do programa é de que possa haver o acompanhamento do acúmulo de carbono relacionado ao impacto da intensificação das práticas conservacionistas.
“Eu entrei no projeto para entender como funciona a questão do carbono e ajudar a construir as métricas e os protocolos para mensurar a fixação de carbono no solo de países de clima tropical. Em um futuro próximo, penso que o sequestro de carbono será um novo salto na agricultura, assim como foi a revolução verde e o sistema de plantio direto”, diz a produtora “Poder mensurar isso e ter a chancela de entidades certificadoras são, a meu ver, o melhor caminho para mostrar que estamos no caminho certo.”
A sustentabilidade sempre foi uma preocupação na propriedade da família, cortada por três rios. Verônica faz parte da terceira geração à frente da fazenda e carrega o legado de proteção ambiental que começou com seu avô, um dos pioneiros na mecanização da agricultura e na adoção do plantio direto na região, nos anos 70. “Onde não é área de plantio, fazemos o reflorestamento com araucárias. Também preservamos os olhos d’água, principalmente os mananciais dos três rios”, explica.
A propriedade conta também com iniciativas como o manejo correto do lixo, com composteira de materiais orgânicos e reciclagem de materiais sólido. Além disso, existe um observatório de pássaros e um corredor para observação e fotografia de animais. Já foram catalogadas pelo tio da agricultora e sócio na empresa, Paulo Fernando Bertagnolli, 220 espécies de aves e 82 espécies de mamíferos e répteis dentro da Sementes Butiá. "A fauna também é muito importante para nós. Dá orgulho ver toda essa biodiversidade”, ressalta.
Nos dois anos em que participa do PRO Carbono, Veronica já teve resultados mensurados por meio de duas análises do solo. Além do estoque de carbono medido no talhão participante, a família constatou outro ganho, perceptível em tempos de extremos climáticos. “O Rio Grande do Sul teve a maior estiagem dos últimos 90 anos e nós tivemos uma produtividade média de 62 sacas de soja por hectare contra 35 sacas de soja por hectare, que foi a produtividade média na nossa região, sendo um resultado 77% maior”, diz a agrônoma.
Veronica avalia os avanços alcançados por meio da intensificação de práticas conservacionistas como a comprovação de que preservação e produtividade são indissociáveis. “Hoje temos plena certeza de que ambos estão interligados e conseguimos mensurar a evolução da qualidade do nosso solo. Aumentamos a matéria orgânica e os elementos químicos do solo, como o fósforo, que é pobre nesta região. Isso se reflete na produtividade”, diz. “A evolução do solo nos proporciona safras muito acima da média do estado, como esta última safra, em que colhemos duas ou até três vezes a média do Rio Grande do Sul”, finaliza.
PRO Carbono
Estima-se que a agricultura tenha o potencial de remover da atmosfera 25% dos gases de efeito estufa emitidos nos últimos 25 anos. Com o programa PRO, a companhia espera contribuir globalmente para que os agricultores tenham conhecimento cada vez maior dos resultados da intensificação de práticas sustentáveis no aumento da produtividade e sequestro de Carbono em solo ao mesmo tempo que têm acesso a benefícios exclusivos por implementarem uma agricultura ainda mais sustentável.
Hoje os agricultores participantes do programa PRO Carbono contam com análise de fertilidade e estoque de carbono no solo, diagnóstico socioambiental das propriedades, acesso a conteúdos e profissionais referência no tema, suporte de uma consultoria técnica para implementação de manejos sustentáveis, ao mesmo tempo que são reconhecidos por empresas parceiras do programa como bancos, seguradoras e indústrias de insumo com ofertas exclusivas de produtos e soluções diferenciadas.
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