Dia Mundial da Contracepção: métodos contraceptivos modernos podem ajudar a diminuir taxas de gestações não planejada entre adolescentes e população LGBTQIAP+

De acordo com a pesquisa da Bayer em parceria com a Febrasgo, 54% das entrevistadas que tiveram alguma gravidez não planejada não usavam contraceptivo.

A conscientização sobre métodos contraceptivos mais modernos que podem ajudar no planejamento familiar de forma mais eficaz ainda é uma questão na vida reprodutiva de muitos brasileiros. Uma pesquisa realizada pela Bayer, em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e conduzida pelo IPEC, no ano passado, revelou que 62% das mil mulheres respondentes (isto é, quase 2/3) já tiveram pelo menos uma gravidez não planejada e, destas, 54% não usava nenhum método contraceptivo. No dia 26 de setembro é celebrado o Dia Mundial da Contracepção, um momento para a sociedade e as empresas debaterem sobre políticas públicas e acesso, além de fatores comportamentais como liberdade de escolha e planejamento familiar.

 

Para esse ano, a Bayer dará luz a dois importantes temas: saúde reprodutiva e estratégias contraceptivas na adolescência – pelo fato de que os jovens e seus familiares tendem a ter vergonha de falar sobre isso –, além de abordar o acesso à informação sobre os métodos disponíveis, trazendo um olhar mais atento também para a população LGBTQIAP+ – que ainda é um assunto muito pouco falado. Ainda de acordo com a pesquisa da Bayer e da Febrasgo, 68% das mulheres iniciaram a vida sexual até os 18 anos e pelo menos 2/3 nunca tinham ido ao ginecologista antes. Além disso, dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, realizada em 2019, pelo IBGE, com 11,8 milhões de estudantes de 13 a 17 anos, mostram que 35,4% deles já haviam tido sua iniciação sexual, sendo que 40,9% não fizeram o uso de preservativo na última relação. Entre as meninas que já haviam iniciado a vida sexual, 7,9% engravidaram alguma vez na vida. Entre os estudantes da rede pública, esse percentual foi de 8,4%, enquanto entre escolares da rede particular foi de 2,8%.

 

“Altos índices de gravidez não planejada estão diretamente ligados ao conhecimento e acesso a métodos contraceptivos. A Bayer, como líder em saúde intima e em contracepção, acredita que devemos garantir informações de qualidade para que as pessoas tenham conscientização sobre métodos modernos para poderem escolher se e quando gostariam de ser mães ou pais”, afirma Elke Mittelsdorf, líder da área de Saúde Feminina da Bayer no Brasil. E, para gerar essa conscientização, há três anos a empresa lança a campanha Liberdade Vem de Dentro para ampliar o debate sobre o uso de métodos contraceptivos como forma de empoderar mais mulheres sobre sua saúde e suas vidas. Além disso, a Bayer disponibilizou 700 consultas ginecológicas gratuitas via telemedicina, a fim de levar conhecimento sobre os principais métodos existentes para a população. As consultas já estão disponíveis para agendamento pelo site da campanha Liberdade Vem de Dentro.

 

Já para o público LGBTQIAPN+, a falta de acesso e de informações sobre métodos contraceptivos e saúde reprodutiva também são grandes questões, principalmente para homens trans e homens e mulheres cis bissexuais. Fatores comportamentais e de tratamento acabam impactando ainda mais a vida desse público, como explica o médico ginecologista e obstetra Edson Ferreira, que é pesquisador dessa vertente. “Alguns fatores precisam ser levados em consideração quando se fala sobre contracepção para o público LGBTQIAPN+, como identidade de gênero, orientação sexual, parcerias e práticas sexuais. Além disso, há os mitos, que precisam ser derrubados. É erroneamente difundido, por exemplo, que o tratamento hormonal para homens trans é suficiente para evitar a gravidez. Isso não é verdade. A terapia hormonal com testosterona não protege contra gravidez, mesmo que não haja menstruação. Ou seja: homens trans podem precisar de anticoncepção, a depender de com quem se relacionam. Alguns estudos mostram que homens trans têm taxas de gravidez não planejada próximas à população cis”, alerta.

 

Um dado preocupante pode ser constatado em um levantamento clínico global feito com 231 adolescentes e jovens adultos transgêneros, que revelou que 40% não usavam método anticoncepcional e 54% descontinuaram seu método contraceptivo assim que pararam de menstruar. Entre os métodos mais utilizados estavam os contraceptivos injetáveis (21%), pílula combinada (15%), pílula somente de progestagênio (15%) e DIU (6%). “O DIU, inclusive, é um método que tem ganhado cada vez adeptos. Por funcionar sozinho no corpo de quem o usa, ele não precisa de lembretes diários e, por isso, traz mais conforto, tranquilidade e segurança”, afirma Edson Ferreira.

 

O médico ainda explica que questões culturais também podem prejudicar as idas frequentes do público transgênero ao médico. “O homem trans pode se sentir intimidado ao entrar na sala de espera de uma clínica ginecológica e ficar ao lado de outras mulheres cis. Isso pode gerar situações de desconforto, o que acaba fazendo com que ele evite agendar essas consultas e, consequentemente, não tenha tanto acesso às informações necessárias para a sua saúde reprodutiva. Mais que isso, também é grave que poucos profissionais estejam habilitados a atendê-los”, finaliza.

 

Contraceptivos de longa ação: mais segurança e autonomia

A informação continua sendo a chave para o conhecimento. Ainda segundo a pesquisa da Bayer e Febrasgo, 93% das mulheres concordam que é necessário ampliar o acesso a informações sobre métodos contraceptivos de longa ação. Nesse sentido, essa pode ser uma solução para evitar gestações não planejadas entre jovens.

 

Os métodos contraceptivos de longa ação, como DIUs hormonais, DIU de cobre e implante, têm revolucionado a contracepção e contribuído de forma positiva com o planejamento familiar. Apesar de ainda não serem os mais utilizados, a pesquisa da Bayer e Febrasgo mostra que 94% das mulheres entrevistadas concordam que os métodos de longa ação trazem mais liberdade e autonomia.

 

“Precisamos fazer a nossa parte para que as pessoas possam decidir quando e com quem elas querem ter filhos. A maternidade tem impacto na vida pessoal, financeira e profissional. Entre as jovens, inclusive, também pode afetar os estudos. Além disso, muito se fala que adolescentes e pessoas que nunca tiveram filhos não podem colocar DIU, por exemplo. Isso é um mito. O método é totalmente seguro. Por isso, é muito importante levar conhecimento sobre contracepção para a população”, explica o médico hebiatra Benito Lourenço, chefe da Unidade de Adolescentes do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP).

 

Os métodos de longa ação têm eficácia comprovada de 99,2% a 99,9%1 (dependendo do método). Tanto que a pesquisa mostrou que as mulheres que optam pelo contraceptivo de longa ação, a principal motivação (49%) é a segurança oferecida.


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